Eu e Madame Bovary

Retornei após uma longa, muito longa leitura. 

Isso não ocorreu porque o livro fosse comprido, muito menos difícil, mas porque me envolvi tanto em outras coisas como a história do mangá After Us, a Savage God que me desfocou completamente da leitura proposta na lista. Peço desculpa.

Como falei no título, acabei de terminar Madame Bovary do Gustave Flaubert. Ele é francês e publicou essa célebre obra em 1857, sendo autor de outras conhecidas como a Educação Sentimental. Por curiosidade, a família dele não apoiava muito sua carreira de escritor e a sociedade da época estranhou muito a publicação desse livro. Não é estranho, porque surge, dentro da narrativa, situações que até hoje são polêmicas, como a questão de gênero e, é claro, a traição

Afinal, Emma, casada com Charles Bovary, é uma mulher sonhadora, que lê muito e não muito recatada, apenas tímida. Então, aos poucos, o que ela acharia que seria incrível - o casamento - foi se tornando uma desgraça em sua vida, não porque o marido fosse cruel ou ruim, mas pela rotina. Assim, ela se apaixona e se aproxima de Rodolphe e de León, homens encantados pela sua beleza, porém de personalidades muito diferentes. O primeiro é libertino, que possui um interesse mais sexual do que propriamente amoroso, enquanto León se aproxima dela pela leitura e a fantasia. Nisso, Madame Bovary, que já é mãe de Bertha, se desenrola por dentro do adultério vendo suas vantagens e desvantagens. Concomitante a isso, o marido está crescendo profissionalmente, até que passa numa crise financeira que vai exigir do casal força emocional, a qual ela não possuirá pela confusão de sentimentos.

Confesso que a história é boa, mas não chega a me emocionar. Acredito que seu desenrolar é bem previsível e a tradução da Saraiva de Bolso é um tanto questionável mesmo achando que é o escritor mesmo que não é bom. A formulação da narrativa, para mim, tem alguns problemas como se alongar em situações medianas e nas partes mais difíceis se conter com duas frases. Passa tudo muito rápido e sem profundidade, pelo que eu achei. Além disso, os personagens não são muito cativantes. Por mim, é uma leitura mediana, mas importante de se ter.

Prometo que não demorarei tanto para a próxima obra! 
E vocês lera? O que acharam?
Abraços e boas leituras!

Esaú e Jacó - Machado de Assis

Olá, queridos. 

O pós-carnaval foi de muita leitura (incluindo textos da monografia, mangá e um livro de contos que nem vou colocar no blog porque foi ruim) , mas hoje eu vim com o típico livro que todo mundo ouve falar e ninguém lê, chamado Esaú e Jacó do Machado de Assis.

Preciso falar sobre o autor? Só para manter o costume! Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) é, sem dúvida, considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Ele, que foi extremamente plural em suas obras, tratando-se desde poesias românticas, folhetins em jornais e até em romances completos realistas, foi grandioso em tudo. Por ser negro, nascido no morro e nunca tido Ensino Superior, ele se mostra como um exemplo da superação dentro da arte a qual era brilhante. Esaú e Jacó foi seu penúltimo livro antes de falecer.

A história do romance (que, provavelmente, era folhetim de jornal, por ser dividido em capítulos bem certinhos, comentários com opiniões de leitores etc.) trata-se principalmente de uma mulher, chamada Natividade, que está grávida. E, sendo muito curiosa em relação ao futuro de seus filhos, ela consulta uma mulher que prevê e esta diz que serão grandes homens, mas que brigarão, feito Esaú e Jacó. Posteriormente, os gêmeos nascem, se chamando Pedro e Paulo e se desenvolvem, porém há uma personagem que é chata demais chamada Flora, que é apaixonada pelos dois enquanto é recíproca pelos mesmos também. Porém, o livro não cai no clichê e tem como plano de fundo a transição da monarquia para a República e seu caráter ideológico.

Apesar de ser uma obra conhecidíssima de um grande autor, achei a história muito morna, nem cheirando nem fedendo. Flora é a indecisão em pessoa, os acontecimentos demoram e por mais que tenham personagens de potência, eles não cativam. É uma pena, mas foi o que senti. Não chega a ser uma história ruim porque o enredo é bom e a conversa do Machado de Assis com o leitor, a sua escrita, ela, sim, é cativante. 

Já leram? Gostaram? 
Boas leituras!

A Letra Escarlate - Nathaniel Hawthorne

Olá, leitores! 
Vocês devem ter visto que aproveitei o Carnaval para ler e dormir, me divertir também.  e fiz a proeza de terminar o maravilhoso livro que quero apresentar a vocês: A Letra Escarlate de Nathaniel Hawthorne.

Além de ser uma ótima história, tive o privilégio de ler a edição da Companhia das Letras com a Penguin, que é sensacional! Isso se deu porque é tradução da edição centenária e tem excelentes comentários no Posfácio da Nina Baum e do Thomas E. Connoly. Lê-los fez muito bem para compreender melhor o enredo e o autor. Segue abaixo a capa simples e marcante do livro:


Aliás, gosto de quando as capas não possuem figuras humanas porque favorecem a imaginação da pessoa.

O autor (Nathaniel Hawthorne, 1804 - 1864) é apresentado no posfácio como um americano que, desde muito jovem, sempre quis ser escritor e o desejo particular dele vem muito pela angústias quanto a sociedade e sua família (o que fica bem claro no livro, de forma que, só quem lê o pósfacio entende). Uma curiosidade que me marcou é que, mesmo jovem, ele mudou seu sobrenome - que era Hathorne para Hawthorne - para se distanciar da história de sua família. Além disso, muito antes do gênero existir, o próprio autor já considera A Letra Escarlate um romance psicológico e ele deixa em questão muito fortemente o puritanismo, a culpa e a angústia causada por esta - e como se libertar!

A história toda circula em torno de uma mulher forte chamada Hester Prynne. Com uma introdução crítica e simbólica, o autor faz o surgimento da personagem num contexto muito cruel do puritanismo. Ela, que adulterou, segurava a criança em seus braços e foi condenada a andar pelo resto de sua vida com uma letra A, escarlate, no busto para que todos vissem, para sempre, o pecado que ela havia cometido. E, a partir disso, conta a história de uma solidão, de uma culpa que guarda o segredo de quem é o pai da criança, chamada Pearl

Se trata de uma leitura descritiva, porém dramática e que traz muito o leitor para a história. O objetivo é, claramente, repensar essa moral religiosa opressora ao aproximar aquele que lê profundamente a história da adultera, a quem ela é. Particularmente, a mim, foi uma leitura catártica, muito marcante e pode ser considerado um dos meus livros favoritos. Pode-se questionar, dizer que, por exemplo, o Céu que nos Protege é melhor escrito (e, de fato, tem uma escrita literária muito profunda) ou que outras histórias, como do Milan Kundera tem uma enredo mais interessante (o que não acho). Acredito que essa história juntou os grandes pontos que fazem ser um romance favorito para mim, claro: uma leitura agradável, bem escrita, de ritmo; um enredo com um drama bem construido; um ponto que toque em nossa personalidade

Resumindo: estou apaixonada pelo livro! Recomendo fortemente, especialmente a pessoas religiosas. 

E para o próximo post... Acho que vai rolar Machado de Assis! Que tal?
Um abraço e boas leituras

O céu que nos protege - Paul Bowles

Terminado! Mais um livro lido nesse ano.

Como falei no post anterior, estive em uma grande aventura lendo O céu que nos protege. Escrito por Paul Bowles (1910-1999), se trata de uma história de uma viagem, daquelas que não tem volta. A sacada intrigante do livro é chegar num ponto que jamais se poderia imaginar, com muita angústia. Os personagens, Port, Kit e Tunner, vão viajar juntos saindo da França em direção aos países árabes do Saara e, começando com um mal-entendido amoroso, o grupo vai se dividir e passar o ponto de retorno. 

Confesso que o livro fica bem melhor da 2/3 parte em diante. O primeiro capítulo me parece que é para explicar como a história foi tão longe. E, particularmente, as últimas páginas são de tirar o fôlego. Isso contradiz, de alguma forma, o que o Alberto Mussa (o escritor que indicou a lista, caso não saiba, veja aqui) disse sobre um livro te prender até a página 100. De fato, não é uma história de se desistir até a página 100, mas que só vai ser verdadeiramente interessante no decorrer.

Se trata de uma obra bem descritiva, que se prende aos detalhes e, particularmente, a edição da Alfaguara é ótima! A capa é meio sem sentido e eu vi que existem edições com mais sentido com a história (tipo capas com um deserto, um chá, um casal viajando, de céu, enfim.). A tradução foi bem feita, apesar daquele costume, para mim, um tanto sem sentido as vezes de manter palavras em francês e, no caso, em árabe, no meio da história. Certos casos, isso ficava interessante porque havia, sim, um choque de línguas durante o enredo, porém certas vezes ficava enfadonho , mas, pelo menos menos enfadonho que o Rubem Fonseca.  Veja aqui a capa exatamente igual a do que eu li, bem nada a ver com a história, mas linda.



E, não posso terminar sem comentar isso: o nome do livro! No post anterior falei que o título ficava melhor se fosse "Um chá no Deserto" ou "Chá no Saara". Enfim, agora não acho mais! A escolha do título só mostrou uma enorme capacidade artística e literária do Paul Bowles, que, aliás, é admirável durante toda sua obra.  Ele é um artista das palavras, mesmo que não se goste da história em si. Recomendo principalmente para quem gosta de uma aventura grandiosa e de uma leitura boa de verdade mas não é muito de ação

Tendo esse lido, qual é o próximo? Escolhi! Será A Letra Escarlate de Nathaniel Hawthorne!
Já leu? Tem uma opinião sobre ele? 

Um abraço!

Tomando um chá no Saara com Paul Bowles

Olá, meus amigos leitores!

Sai das ligações perigosas, dos anos de 1700 e fui parar em um livro moderno, chamado O céu que nos protege de um escritor americano que, confesso, não conhecia e nem ao menos tinha ouvido falar chamado Paul Bowles. Esse livro já se tornou filme na década de 90 então vou precisar ver e uma boa descoberta foi saber que em português de Portugal a história é "Chá no Deserto", que eu acho que tem muito mais a ver com a história, por mais que seja nem um pouco fidedigno ao título original: The Sheltering Sky.

Descobri que na língua portuguesa muito pouco se sabe desse autor, mas ele é nos Estados Unidos, de grande reconhecimento literário, principalmente porque ele é Nova Iorquino. Um detalhe muito interessante sobre esse autor é que ele era um viajante e foi muito peculiar quando descobri que ele faleceu em Marrocos. Por que digo isso? Porque o livro conta a história de um casal (Kit e Port) que foi viajar com um amigo (Tunner) e em todo momento se conta sobre as vivências deles no Norte da África e suas relações com os árabes.

Fico até me questionando se Port (coincidentemente começando com a mesma letra que Paul) não conta algum relato pessoal durante a história porque se trata de um escritor que é viajante e nova iorquino. Enfim, estou descobrindo! Parei na página 170 e termina na 269. Talvez eu demore um pouco, mas essa história, sem dúvida, vou terminar.

Boas leituras!



Ligações Perigosas - Choderlos de Laclos

Voltei!

Após essa demorada leitura com o livro Ligações Perigosas, venho dar minhas impressões. A primeira, já digo, que é muito bom de se ler, pois as cartas, acredito eu, te aproximam da história, como se você fosse cúmplice dos casos que ocorrem durante toda a narrativa.

O enredo é composto por cartas de principalmente cinco personagens. A primeira é a Cécile Volanges, que no início desabafa com uma amiga sobre a angústia de ter saido do convento para casar, sem entender muito bem o porquê. Vemos que é uma pessoa jovem, muito ansiosa. Cécile é amiga de uma mulher viúva de personalidade muito marcante conhecida como Marquesa de Merteuil. Não se trata de uma mulher de muito boa fama na época, mas é, para mim, a personagem mais interessante. Ela é meio ambígua e trabalha tanto como vilã, mas como heroína. Esta estimula que a Cécile, que está prometida a casar com um homem, reconheça seus sentimentos pelo Cavaleiro Danceny, por isso, tudo tem que ser muito escondido e planejado, mas como o casal é bem novo, eles são intensos e apaixonados, sofrendo muito por essa relação secreta. Para conseguir fazer uma ponte entre os dois, pediram ajuda logo ao libertino Visconde de Valmont que é, um tanto secretamente, o melhor amigo da Marquesa de Merteuil. Ele tem uma péssima fama de desonrar as mulheres, manipulá-las e depois as largar e ele, logo no começo do livro, tenta colocar a Presidenta de Tourvel em seu jogo de sedução, mas ela, já avisada pelas amigas, resiste enquanto pode ou enquanto consegue.


As cartas da Marquesa com o Visconde são, sem dúvida, as mais claras, sem drama e verdadeiras de todo o enredo. Para a Presidenta, ele se mostra amoroso, faz de tudo para se tornar seu amante e mente sem o menor problema. Porém, quando ele começa a se envolver demais com a pequena Cécile Volanges, a narrativa se complexifica e os personagens vão se misturando até criar um nó amoroso.

De leitura bem leve e agradável, Ligações Perigosas quebra um pouco aquele cliché de que romances de época precisam ser óbvios e chatos. Mesmo para quem não gosta desse estilo literário, fatalmente se envolverá na história e terá opiniões sobre ela como eu que acho que o Visconde deveria ter ficado com a Marquesa. 

E a próxima leitura? Bem, ainda estou decidindo! Mas logo logo conto.
Abraços e até o próximo post.

Perigo com Choderlos de Laclos

Olá, amigos leitores!

Para a alegria ?  de vocês, eu ainda não estou com o livro lido, então, se for do interesse de vocês, ainda dá para acompanhar. A obra que estou lendo do momento, na tradução da Editora Anima, se chama Ligações Perigosas do Choderlos de Laclos. Digo isto porque esse livro é mundialmente conhecido como As Relações Perigosas, que é uma expressão corriqueira dentro do enredo. Fugi um pouco e não propositalmente dos romances contemporâneos, mas estou gostando bastante do livro, infinitamente mais do que Os Maias e outras obras que li, que se encaixa no gênero de Romances Libertinos.

Apesar disso, como se trata de um livro de 1782, não há um décimo do erotismo que ocorre nos contemporâneos, como vi no Milan Kundera e o Rubem Fonseca. Trata-se muito mais sobre a questão da traição, dos romances escondidos e a tentação de cair em um. Mesmo sendo formado por cartas seguidas, sem nenhuma narração, não se perde muitas informações e a história é bem coerente. Estou na página 112 e confesso nem ter passado pela minha cabeça a possibilidade de desistir da leitura diferente de muitos outros livros chatos que necessitam de uma insistência. 

É uma leitura boa, mesmo para pessoas como eu que não são muito fãs de romances de época. Encara o desafio?

Em breve, quando acabar o livro, retomo para contar os segredos desse perigo todo. 
Boas leituras

Devorando Rubem Fonseca

Olá, leitores queridos!

Confesso que fiz uma maldade com vocês, mas não foi proposital. Disse a vocês que iria, em breve, dizer qual seria meu próximo livro para ler. Mas, foi só eu tirar para ler o Bufo e Spallanzani do Rubem Fonseca, na quinta a noite que quando vi... acabou! Sábado a tarde eu já havia terminado. Dois dias de leitura frenéticos. A partir disso já se dá para saber qual foi minha impressão do livro. Só que antes disso, preciso contar um pouco sobre o autor e a história, certo?

Rubem Fonseca (1925) nasceu em Juiz de Fora, terra amada minha, mas escreve como carioca, como é de se imaginar. Curiosamente, descobri que ele fez Direito na melhor universidade de todas UFRJ , trabalhou como policial  e só bem mais tarde seguiu a carreira literária. Em 1986 lançou Bufo e Spallanzani, o que é incrível por parecer tão atual. É um autor vivo e a última obra lançada dele foi em 2011, e, pelo que eu li em blogs e entrevistas, não parece querer parar de escrever. 

Vamos a história?Então, Ivan Canabrava, que usa o pseudônimo de Gustavo Flávio, é escritor e está, dentro do livro escrevendo um outro livro chamado Bufo e Spallanzani (sim, o mesmo nome, completamente metalinguagem) enquanto se relacionada com a casada Delfina Delamare, mulher rica casada com o famoso Eugênio Delamare. O livro se inicia com o assassinato dela, que primeiramente é encarada como um suicídio e, depois, realmente como um homicídio. Assim, a história se desenrola em descobrir quem foi que a matou, mas também é uma narrativa sobre o próprio Ivan, seu passado, sua personalidade e seus gostos. O autor também desenrola bem outros personagens que são cruciais na história como a Minolta e o policial Guedes. 

Dividido em cinco partes, o livro não é nem um pouco linear, pelo contrário, ele é assumidamente cheio de altos e baixos para te deixar cada vez mais curioso de quando se resolverá o trama. Mas, quando você espera que irá se resolver.. aparece outro!

Como disse no começo, é uma leitura rápida, que vai puxando uma sequencia a outra sem perder o ritmo, mesmo sendo uma obra de 238 páginas

Agora, falando pessoalmente sobre o que achei da obra: é um livro excelente, novamente, sobre um tema que normalmente não me chama a atenção (não chega a ser um romance policial, mas chega perto) e eu acho que o excesso de assassinatos não resolvidos é um pouco desgastante durante o texto. Além disso, eu acho muito chato (novamente, opinião minha) esses autores que tem que se mostrar cultos, citando outros em inglês, francês, alemão e fazer conversações como se todo rico fosse intelectual e soubesse tudo sobre cultura literaria no original. Também tenho ressalta quanto ao final que achei um tanto óbvio (há quem dirá que não). Outro detalhe que achei extremamente problemático são as citações! Ele cita e depois diz que citou errado ou faz adaptações de citações distorcendo o que o autor primeiro quis dizer. 
Mas, eu gostei muito do como o trama em seu desenvolvimento se fez, o linguajar do autor, a edição da Sairavadebolso que li, a divisão de capítulos, as explicações que vão sendo dadas ao longo do texto e o como ele fala sobre o trabalho do escritor, que me encanta profundamente, apesar de não ter nada a ver diretamente com o tema do livro.
Enfim, é um livro que eu recomendo e dá gosto de ler.

E vocês? Já leram esse? E outros dele?
Boas leituras e abraços!

Ao Farol - Virginia Woolf

Olá, gente! 

Com orgulho venho dizer que terminei o livro Ao Farol da Virginia Woolf. No post anterior falei um pouco da autora, sobre o contexto do livro, do ano e esses detalhes técnicos (para ver, clique aqui). Mas, hoje, gostaria de contar como foi me experiência lendo o livro e um pouco mais a fundo sobre a história.

Eu confesso de que não imaginei que ia gostar tanto, mas o livro é muito bom, que significa dizer que, por mais que você deteste a história, é obrigado a dizer que a Virginia Woolf é uma grande escritora. Seu texto flui de forma significativa e o final foi grandioso, para mim.

A história é simples, dividia em três momentos. O primeiro momento se refere a família Ramsay, com seus oito filhos e amigos numa casa perto do farol. James, o filho mais novo, quer muito ir ao farol, mas sua mãe (sra. Ramsay, figura principal do livro e narradora da primeira parte), vai negando esse convite enquanto amigos da família e situações cotidianas vão acontecendo. Já no segundo momento vem a guerra, dez anos mais tarde e três pessoas da família Ramsay falecem e, é claro, não vou dizer quem senão perde a graça e  há uma reestruturação no pensamento dos personagens que sobreviveram. E, no terceiro momento, um grupo desses que estão vivos vão ao Farol, completar o desejo e relembrar os dias que se passaram naquela casa. A obra tem 219 páginas e ela te envolve no meio dos sentimentos e pensamentos de cada personagem e a autora, de forma genial, direciona sua visão aonde ela quer, explorando sentir o que a pessoa está no momento.

Além disso, um detalhe: a capa e a tradução da L&PM ficou fantástica. Absorveu perfeitamente o espírito da história e foi bem fiel a autora. Podia ver perfeitamente a sra. Ramsay na capa, apesar de ver comentários em sites de que seria a Lily Briscoe na capa o que, para mim, não faz sentido porque a Lily é oriental e a sra. Ramsay tem esse tom de cabelo, igual a filha, meio castanho/ruivo. O livro que li era igual esse abaixo:



É uma senhora obra de literatura, completa e surpreendente. Fiquei com vontade de ler mais da Virginia Woolf e fiqui espantada, de forma positiva, com o que li. Recomendo muito! Pena que não tem outro livro dela na lista, mas, quem sabe, ao final da lista, né? Sempre ficamos com vontade de ler mais e mais livros!

Confesso, também, que já decidi qual será meu próximo livro, mas... Só contarei no próximo post.
E você? Já leu Virginia Woolf? E Ao Farol?
Boas leituras e abraços!

Me aventurando com Virginia Woolf

Olá, meus amigos leitores!

Depois do meu início de ano desgastante com Os Maias, sem que eu tivesse como terminar, decidi partir para um outro tipo de literatura. Peguei, assim, o livro que meu namorado me deu de aniversário no ano passado que é o Ao Farol da Virginia Woolf.

A autora é inglesa, nascida 1882 e faleceu ou, mais especificamente, suicidou-se em 1941. Seu pai era intelectual, seu marido era também e todos seus amigos. Ela mesma era crítica literária antes de começar a escrever romances. Isso é, logo se percebe em sua prosa o quanto era culta e contextualizada. Fica também bem óbvio o quanto ela se coloca no que escreve. Nesse livro, especificamente, ela descreve a sra. Ramsay muito parecida com as descrições que se tem dela (uma mulher bonita, intelectual e vista).

O livro Ao Farol, também conhecido como Passeio ao Farol ou Rumo Ao Farol em outras traduções, é um livro de 1927, bem no meio da carreira dela como escritora e é bem fluido. Começa com uma viagem da família Ramsay (a sra. Ramsay, o sr. Ramsay e seus oito filhos) para uma casa perto do farol, onde vários amigos da família irão participar do dia-a-dia.

Comecei ontem e estou na página 73. É um livro descritivo, com poucas falas, mas que tem bastante coisa ocorrendo, tendo um ritmo legal.

Estou animada nessa leitura!
Vamos ler juntos?

Abraços!

Os Maias - Eça de Queiroz

Olá, gente! Voltei de minha viagem em Juiz de Fora, a qual não tive tempo para nada muito menos para ler ou esquecer no blog.

Então vim falar um pouco sobre a obra que eu li e não terminei, que é Os Maias.Mas, antes de chegar ao texto, minhas impressões etc. eu passo pelo nosso querido amigo autor, no caso, Eça de Queiros.

Ele nasceu em 1845 em Portugal e faleceu cedo, com 55 anos, em Paris e é conhecido por ser um escritor realista. Tem obras conhecidas como O crime do Padre Amaro e Primo Basílio, sendo que ele escreveu Os Maias no meio de sua carreira em 1888.

Quanto ao roteiro, começa com a ida de Afonso da Maia e seu neto Carlos para uma casa que eles chamam de Ramalhete, numa cidade um pouco isolada de Lisboa. Ali a história circula sobre os acontecimentos da família, os casos de amor fracassados e todo o trama familiar, que perpassa junto aos amigos próximos.

Confesso que eu gostaria de ter terminado o livro porque a história é interessante, os personagens não são clichés e a trama é boa. Parei na página 140, quando Carlos está começando a se encontrar com a amada, Maria Eduarda. Porém, para se chegar a esse ponto, o autor se enrolou muito para mim. E olha que eu gosto de texto descritivo! Não foi por ser descritivo, mas por se focar em cenas que poderiam ser escritas em poucas páginas e passar muito rápido por histórias bem importantes. Isso me desgastou muito com o livro porque eu comecei a ler rápido para procurar um ponto importante, não linear, e demorava muito.
Outro fato que me incomodou profundamente é que tinha muitos personagens sem a necessidade de existir, que apenas enrolavam mais o roteiro. Tal situação me deixava confusa.

Talvez com mais tempo e mais detalhamento eu gostasse bem da obra, porque aonde eu li gostei muito e recomendo.

Em breve direi para vocês qual será a próxima obra e tentarei acabá-la!
Um abraço e boas leituras.

Agora começou! Ano Novo no Me Livrando

Finalmente o ano chegou e o projeto Me Livrando já começou!

Para quem não conhece ainda a história, tentarei ler todos os livros da lista que o autor Alberto Mussa, que conheci no curso da Estação das Letras disse serem necessários para que uma pessoa conheça. Todavia, não se trata de uma lista de dez livros ou até de cem livros, mas de 254 obras! Conto mais como me aventurei nesse desafio no primeiro post do blog.

É claro que não pretendo ler todos esses livros no ano de 2014, pois se eu o fizesse não leria nenhum direito, não aproveitaria em nada e muito menos vocês. Então, minha proposta para esse ano é ler 40 livros da lista e, é claro, contar sempre aqui no blog quais foram minhas impressões, sentimentos e sugestões acerca do que li.

E, como vocês devem ter visto no começo do post, declaro de que o desafio já se iniciou. Estou lendo um livro da lista e estou na página 50. O nome da obra é Os Maias do Eça de Queiroz, que é tipicamente um que raramente as pessoas se animam a ler, mas digo logo que está sendo bem legal. A leitura é leve, descritiva na medida certa e dá vontade de continuar com a história. Ele é o número 55 da lista.

Vamos ler juntos?
Feliz Ano Novo a todos e boas leituras!